Corridas de aventura pelo mundo canceladas no 1o semestre de 2020
Com a pandemia mundial do Covid19, as principais corridas de aventura no cenário internacional e também dentro do Brasil também tiveram seu impacto.
O avanço da pandemia nas últimas semana já fazia a maioria dos atletas e organizadores preverem esta necessidade. O que ainda parece estar imprevisível é como estará o cenário destas provas quando a pandemia entrar em níveis controláveis e as competições e eventos esportivos retornarem à normalidade.
O Circuito mundial de corridas de aventura – Adventure Race World Series (ARWS), teve boa parte das suas provas canceladas. Sua primeira e única prova realizada em 2020 ocorreu na Patagônia Argentina em fevereiro. Até o momento pelo menos 6 provas do calendário foram canceladas: em abril teria a Expedition Africa, em maio teriam a “PC12 AR” na Colômbia, “Expedition Oregon” nos EUA , “Adventure Race Croácia” e “Nordic Island AR” na Suécia, todas canceladas. A prova da Malasia que aconteceria em junho também foi cancelada. Ainda estão sob análise, mas que até a data de hoje mantém a sua programação da prova do Equador “Huairasinchi” e da Autrália “XPD Expedition Race”. A final mundial prevista para acontecer no Paraguai, a “Expedição Guarani” ainda está mantida, mas a organização já se manifestou informando que está avaliando a situação.
No Brasil, as provas do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura que se realizariam em março, abril e maio também cancelaram. Assim aconteceu com a Noite do Perrengue, a X Race, o Adventure Camp, o Haka Race e a Chauás.
A questão que fica é o que acontecerá com estas provas e como os organizadores deverão lidar com esta crise. Eu participaria da Expedition Oregon, e nesta semana o organizador se posicionou cancelando a prova neste ano dizendo que não fará outra edição neste ano, devendo realiza-la somente em 2021, no início da primavera. As demais provas do ARWS devem seguir a mesma linha.
Para os organizadores, fica um grande problema, uma vez que a esta altura a maioria das equipes já efetuaram os pagamentos de inscrição, assim como uma parte das despesas de provas já foram realizadas como levantamento de percurso, planejamento, trabalho de campo, mídia e web. No caso da Expedition Oregon, o organizador deu às equipes a chance de escolha entre não receberem nenhum reembolso e terem a sua vaga assegurada no próximo ano, ou receberem o valor da inscrição de volta com o desconto de um percentual pelas despesas já realizadas. Para as equipes, as maiores complicações ficam por conta de passagens e hospedagens já compradas e que agora entram em uma fase de negociação com as companhias para que nenhuma das partes tenham grandes perdas
No Brasil, os organizadores que fazem parte da CBCA fizeram uma reunião virtual na tentativa de tentarem ajustar seus calendários para o segundo semestre. Espero que a maioria consiga ainda realizá-la, pelo bem do esporte, mas provavelmente alguns não terão condições. Também a aproximação das provas umas das outras e a crise financeira que vem na “esteira” da crise de saúde não permitirão que as equipes consigam participar de tantas provas quanto no cenário anterior.
O importante é que neste cenário a comunidade toda de corrida de aventura haja como uma grande equipe, pensando no coletivo: atletas, equipes, organizadores, hotéis e cidades sedes. A compreensão e negociação entre todos os envolvidos, pensando no coletivo é que irão permitir que possamos dar continuidade às provas.
Afinal, neste momento de crise e quarentena, quem está acostumado com a vida e esportes ao ar livre está “sofrendo” com a ausência das provas, corridas e pedaladas… mas também é este grupo que podemos dizer estar entre os melhores preparados fisicamente e mentalmente para as adaptações necessárias, frutos das preparações e aprendizados vindos dos perrengues nas corridas de aventura.